transito

(com ricardo caian)

vou lançar meu desabafo por aqui
junto ao bafo do fusca e do caminhão
pois tem pombo que já morre por um triz
e o stress já mata qualquer cidadão
que insistir em trafegar
por essa garrafa de gargalo sem fim
onde é que essa cidade vai parar?
se o galo cantar e essa minhoca não sair?

pois não há quem abra mão
do seu carro nem da poluição

nada é tão perto pra que a pé se possa ir
e na magrela é se arriscar na contramão
se vou de moto me preparo pra uma blitz
e peço a deus pra que o seu pastor alemão
não venha me delatar
pois estou atrasado prum ensaio logo ali
que é da fuga que a gente vai tocar
quando o caos chegar
pra inaugurar o nosso fim

pois não há quem abra mão
do seu carro nem da poluição

então eu vou cortar o mal pela raiz
vou me mudar pra moreré ou pro capão
não quer mais os fonfonfons nem os bibis
dessa louca selva que só estraga o meu pulmão
por isso é que eu vou me mandar
vou andar de jegue que é movido a capim
o seu cano de descarga evoca o ar
e essa reciclagem é o que me faz estar ali

e ainda há quem diga que não
e tire um sarro "desses verde doidão"

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