aos poucos minha memória traça mapas,
advinha as curvas, liga os pontos,
desbrava
e os olhos dizem "estou aqui"
o meu tato se transforma em GPS
paciente
a cidade aguarda que eu a guarde
e se move muito lenta, avisando
meses qualquer mudança na paisagem
(enquanto isso o vento frio e sujo
da paulista avenida deixa pretas
todas as listras de sua bandeira)
olhando assim
a cidade até que é bem domingo
espreguiçando seu meio dia
nós é que somos feitos
da mesma matéria das
seis seis seis
da tarde
e manchamos a paz
dos seus dias
tento estar em outras horas...de repente ouço pelo telefone a poesia, eu, bem no meio da casa onde moram tantos homens da rua e então sou cinco, cinco e cinquenta e nove, sou antes das seis.
ResponderExcluirNão sei em que horas, mas me sinto perdida e sem GPS...
ResponderExcluirDesbravar a palavra,
ResponderExcluirencontrar a poesia,
"o tamanho exato
de seu abismo".