da rede

o mar era
verde, preto
areia e pedra

eu deitado
na rede
amarela

os olhos estreitos dela
percorriam minhas letras
feito máquina de escrever

o céu tossia luzes
como que percebendo
o desespero do poeta
em registrar mais um instante
guardar mais um agora
e ficar por ali por mais um tempo
feito foto de amor

2 comentários: