à beira da estrada
por onde passamos como
espectros dos intervalos
entre tempo e espaço
nos acompanha a sombra
sinistra do silêncio dos urubus
prostrados sobre os tocos
de uma árvore morta
e assim seguimos
devorando
os
ped
aços-quilo-métricos
de nossos destinos
com uma pressa voraz
a nos mastigar por dentro
e assim cegamos
impelidos a esmagar
distâncias e eras
enquanto a terra
nos contempla
numa paciente saliva
de quem sabe engolir
o tamanho da espera
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