daquilo que se guarda


quando peguei uma cadeira para
alcançar o maleiro do armário
do quarto dos fundos, por sobre
a poeira das teias, acordei minha mãe.

eu procurava... um velho alicate!
e ela me veio ao socorro
sem muita memória, convocando
a senhora a quem pagava o biscate

mas, ora, protestei: dispenso o alarde!
que voltem depressa ao trabalho e ao sono...
mas, olha, encontrei! mentira covarde.

...

voltou o barulho da louça na pia,
perdi-me entre tanta coisa vazia,
mas ela achou fotos velhas. sorria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário