dorme o cão exausto e vadio,
inerte e gordo pelo lixo farto.
dorme na calçada de pedra e areia
da beira da praia de amaralina.
dorme de costas pra água
e pro céu cortado de espuma.
dorme na noite que é sua,
perto do barco que pesca a manhã.
dorme no canto da grade vermelha
que escorre suas mãos pela escada.
dorme defronte a faixa lombada
que transmuta no carro a janela em moldura
dorme tranquilo e pesado mantendo
o mar ocupado em baixar seu barulho.
dorme o brando cão branco
na noite laranja.
dorme e põe quem o olha a deitar
de brisa e dormir seu dia de cão.
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